quinta-feira, 10 de abril de 2008

Obras de Angra 3 devem ser retomadas no segundo semestre, diz Eletronuclear

10/04/2008 - 15h49

Thais Leitão
Da Agência Brasil

As obras de construção da usina nuclear de Angra 3 devem ser retomadas neste segundo semestre. A expectativa é do presidente da Eletronuclear, Othon Luiz Pinheiro da Silva. Ele disse hoje (10) que a previsão é de que em janeiro do ano que vem esteja concluída a primeira laje do empreendimento, a base que "dispara oficialmente o cronômetro".

Pinheiro acredita que não haja mais nenhuma "surpresa" que impeça o início das obras e que a usina deve entrar em operação em 30 de junho de 2014.

"Não há razão para não sair. Talvez não haja nenhum outro empreendimento no país que tenha tido tantas audiências públicas como Angra 3. Se a gente observar o que está previsto na lei, nós já cumprimos todos os requisitos", disse ele, no seminário Meio Ambiente - Desenvolvimento Sustentável.

A Eletronuclear é a estatal responsável pela construção e operação das usinas nucleares no Brasil.

Pinheiro informou que espera receber ainda este mês a licença ambiental prévia para a construção da usina, e em junho a licença de instalação, ambas emitidas pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

"Como já existem duas usinas nucleares operando lá, já temos 20 anos de avaliação ambiental. Agora não tem tanta surpresa", disse.

O presidente da Eletronuclear informou, ainda, que um estudo independente desenvolvido por uma empresa suíça, contratada pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), apontou que a construção da usina deve envolver gastos de aproximadamente R$ 7,3 bilhões, cerca de 3% a menos do que o valor apontado por avaliações desenvolvidas anteriormente pela própria estatal e por consultorias nacionais.

"É uma diferença pequena, que pode ser atribuída à diferença de cálculos", avaliou.

Pinheiro disse que durante o segundo semestre será escolhido o local para a construção de duas novas centrais elétricas no Nordeste. A expectativa, segundo ele, é de que a primeira entre em operação até 2018 e a segunda, até 2030.

"Precisamos escolher o local prevendo que ao longo dos anos sejam construídos seis reatores", disse.

Ele informou que também está prevista a construção de uma usina na Região Sudeste.

UOL