Premiê ordenou suspensão de reatores de Hamaoka até que existam medidas de segurança para enfrentar tsunami ou terremoto
A empresa de energia elétrica japonesa Chubu Electric Power anunciou nesta segunda-feira a suspensão dos trabalhos da central nuclear de Hamaoka (no centro do país e a sudoeste de Tóquio), após um pedido do governo em nome da segurança da população na região altamente sísmica.
"Decidimos suspender a exploração dos reatores 4 e 5 e adiar a retomada da atividade do reator 3 da central nuclear de Hamaoka", declarou o presidente da empresa, Akihisa Mizuno.
Foto: AP
Foto aérea de fevereiro de 2011 mostra usina nuclear de Hamaoka na cidade de Omaezaki, Província de Shizuoka, no centro do Japão
A planta de Hamaoka fica no litoral do Pacífico em Tokai, área de confluência de três placas tectônicas e onde se teme que ocorra nos próximos 30 anos um terremoto de 8 graus de magnitude na escala Richter.
Em seu pronunciamento de sexta, Kan disse acreditar que todos os reatores da planta, localizada na Província de Shizuoka, deveriam ser paralisados até que existam medidas suficientes de segurança, no médio e no longo prazo, para enfrentar um tsunami ou terremoto de elevada magnitude.
"Essa é uma decisão tomada após refletir sobre a segurança das pessoas", disse o chefe de governo japonês, que previamente reconheceu que a resposta de seu gabinete à catástrofe de 11 de março foi "inadequada em vários aspectos".
A decisão do primeiro-ministro de paralisar mais uma usina ocorre enquanto o Japão vive uma persistente crise nuclear ao não ter conseguido controlar a situação na planta de Fukushima, cujos reatores ficaram sem sistema de refrigeração pelo terremoto de 9 graus e tsunami de 11 de março.
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A paralisação de Hamaoka, que será realizada dentro de alguns dias, é uma decisão sem precedentes desde o desastre de março. O presidente da Chubu Electric, Akihisa Mizuno, declarou nesta segunda-feira que a interrupção da central atende a necessidade de priorizar o bem-estar da população local e de recuperar a confiança da sociedade de energia nuclear.
Para melhorar a segurança da planta, o governo pediu, por exemplo, a construção de diques de segurança para enfrentar um eventual tsunami de grandes dimensões. Isso é algo, no entanto, que pode demorar anos para ser implementado, o que levanta dúvidas sobre o abastecimento energético na região central do Japão, onde fica a usina.
A região, a 200 quilômetros ao sudoeste de Tóquio, é um importante núcleo industrial do país. Nessa área ficam as plantas da Toyota e da Suzuki. Por enquanto, a paralisação representará 3,6 milhões de quilowatts a menos durante o quente e úmido verão, segundo a Kyodo.
Usina de Fukusima
Nos próximos dias, o Japão terá em operação somente 20 dos 54 reatores de que dispõe. Enquanto isso, os técnicos da Tokyo Electric Power (Tepco), dona do centro de Fukushima Daiichi atingidas pelo tsunami, estão cada vez mais perto de começar a reparar o resfriamento no interior da unidade 1.
A Tepco revelou que as medições de radiação feitas na madrugada desta segunda-feira no interior do prédio do reator alcançaram um máximo de 700 milisieverts por hora.
A elétrica acredita que isso não impede o progresso para resfriar o reator, já que as áreas às quais os engenheiros precisam acessar apresentam níveis entre 10 e 70 milisieverts por hora. Além disso, existe o planejamento de blindar o interior do local com placas de chumbo por meio da construção de um túnel metálico.
Depois que os técnicos conseguirem reparar a refrigeração, a ideia é preencher nos próximos 20 dias, com 7,4 mil toneladas de água para resfriar o reator, com o objetivo de trazer todas as unidades da planta a um "arrefecimento" dentro de seis para nove meses.
*Com EFE e AFP
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